Nos bastidores da fé

Blog de crítica ao teísmo, em defesa do racionalismo e da ciência. Pretende abordar assuntos sob o tema "deus" e suas idiossincrasias.


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sexta-feira, outubro 24, 2003


Rio pune professor de religião que virar ateu

TALITA FIGUEIREDO
da Folha de S.Paulo

A Secretaria Estadual de Educação do Rio divulgou edital de concurso para professores de religião que prevê que o docente poderá ser punido com afastamento e demissão se "perder a fé e tornar-se agnóstico ou ateu". Segundo o edital, publicado no último dia 16, quem determinará o eventual afastamento do professor é a autoridade religiosa que o credenciou para participar do concurso.

"Fica reconhecido à autoridade religiosa o direito de cancelar, a qualquer tempo, o credenciamento concedido, quando o professor mudar de confissão religiosa ou apresentar motivos que o impeçam moralmente de exercê-la", diz o edital.

A lei que regulamenta o ensino religioso confessional (aulas separadas por credo) foi apresentada pelo ex-deputado católico Carlos Dias (PP) e sancionada em 2002 pelo ex-governador evangélico Anthony Garotinho (PMDB).

Pela lei, as aulas não serão obrigatórias. A rede estadual de ensino já oferece aulas de ensino religioso convencional (sobre todas as religiões), que será substituído agora pelo confessional.

Segundo a secretaria, as autoridades de credenciamento são a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), para os católicos, a Ordem dos Ministros Evangélicos (para as denominações evangélicas) e o Rabinato (para o judaísmo).

Para disputar a vaga de professor de religião, o candidato é obrigado a ter licenciatura plena em qualquer curso superior.

Polêmica

Para o advogado administrativista Flávio Guberman, o edital é inconstitucional. "A atribuição de poder a uma instituição fora da administração estatal para punir alguém contratado por esta administração é ilegal. Não é uma autoridade religiosa que pode punir um funcionário público", disse.

O Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação) anunciou que, na próxima semana, pedirá à Justiça o cancelamento do edital, com base na liberdade religiosa prevista na Constituição.

A subsecretária estadual de Educação, Glória Roland, disse ser "difícil julgar se um professor perdeu a fé ou mudou de religião, caso ele não declare espontaneamente". No entanto, afirmou que ele será afastado e "provavelmente demitido" caso seja descredenciado pela autoridade máxima da religião que leciona. "Se ele foi contratado para uma função que não pode mais exercer, o normal é que seja demitido", disse ela.

Segundo a subsecretária, o Estado não está transferindo uma tarefa própria a uma autoridade religiosa. "O ensino religioso envolve uma gama de fatores. A pessoa tem de estar envolvida com a crença, e só as autoridades máximas das religiões podem dizer se são aptas ou não [para lecionar]", disse ela, acrescentando que autoridades religiosas participarão da elaboração do currículo escolar.

No fim da tarde, a secretaria divulgou nota dizendo que os profissionais que vierem a ser afastados poderão ser aproveitados nas disciplinas em que forem formados (matemática ou história, por exemplo).

O edital oferece 342 vagas para professores católicos, 132 vagas para evangélicos e 26 para "demais credos" --judaísmo, segundo Roland. Ela disse que os números foram fixados depois de pesquisa feita em todas as escolas estaduais (1,5 milhão de alunos). Segundo ela, não houve interesse de alunos por outras religiões.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u14062.shtml
# posted by Delerue @ 2:55:00 PM  ::  




quinta-feira, outubro 23, 2003


A Telemar consegue superar o que parece ser impossível em termos de incompetência. Peço desculpas pelo enorme tempo ausente. Espero que agora nossas dicussões divinas dêem continuidade, se assim Ela desejar...

Porque sou ateu - Parte XII - Falácias divinas - Parte X

3.3 - Argumento do ser necessário. É a terceira prova da existência da divindade fornecida por Tomás de Aquino (1225-1274) em sua Summa Theologica. Ele diz o seguinte:

Encontramos no mundo natural coisas que podem ser ou deixar de ser, pois são geradas e se corrompem e, conseqüentemente, é possível que sejam e não sejam. Mas é impossível que essas coisas sempre existam, pois aquilo que pode não ser, em um dado momento, não é. Logo, se tudo é possível de não ser, houve um tempo em que nada poderia ter existência. Ora, se isso fosse verdade, mesmo agora nada existiria, pois aquilo que não existe só começa a existir a partir de algo já existente. Se em algum momento nada existia, seria impossível que algo começasse a existir; e até agora nada existiria - o que é absurdo. Logo, nem todos os seres são simplesmente possíveis, mas deve haver alguma coisa cuja existência é necessária.


É considerado um muito inteligente e, à primeira vista, de difícil refutação. O cerne do argumento de Tomás de Aquino é a tese segundo a qual "para cada coisa, houve um momento em que não existiu" e "houve um momento em que nada existiu", a conclusão é a necessidade de um ser que gerou todas as coisas. Entretanto, devemos considerar que:

a. a dúvida não prova nada, apenas a dúvida. Não conseguir explicar a origem de algo não prova absolutamente como esse algo foi criado;

b. o argumento esquece de explicar a si mesmo, ou seja, supor também que o suposto criador um dia nunca existiu. Tão pouco explica de onde e como surgiu tanto ele, quanto o Universo;

c. o argumento comete a falácia de composição, a qual consiste em atribuir que as partes são iguais ao todo - o enunciado "para cada coisa houve um tempo em que não existiu" constitui uma referência, e o enunciado "houve um momento em que nada existia" pertence a uma outra referência; são referências de natureza diferentes e sem relação entre si;

d. o argumento não considera a possibilidade lógica de as coisas terem existido sempre, apenas se transformando.
# posted by Delerue @ 5:20:00 PM  ::  




terça-feira, outubro 14, 2003


# posted by Delerue @ 11:43:00 AM  ::  




sábado, outubro 11, 2003


OMS acusa Igreja Católica de mentir sobre HIV

Deu n´O Globo. A Igreja Católica está sendo acusada de dizer às populações de países com altas taxas de contaminação pelo HIV que o preservativo não protege contra o vírus da Aids. As acusações foram feitas no programa de televisão chamado "Sex and the Holy City" da BBC inglesa, segundo o qual religiosos católicos estariam disseminando a idéia de que o HIV poderia passar através dos poros dos preservativos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) desmentiu a informação e alertou o Vaticano para o fato de estar colocando vidas em risco.

As acusações vieram à tona um dia depois das Nações Unidas terem revelado que, a cada 14 segundos, um jovem é contaminado pelo HIV. Especialistas em todo o mundo recomendam o uso de preservativos para impedir a disseminação da Aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis. A Igreja Católica, entretanto, sempre se recusou a apoiar o uso da camisinha. O Vaticano se opõe à contracepção e sugere, como forma de prevenção da doença, que as pessoas mudem seu comportamento sexual.

Agora, segundo a BBC, a Igreja estaria dizendo às pessoas que o preservativo não funciona. O cardeal colombiano Alfonso Lopez Trujillo tem repetido que o HIV pode passar através da camisinha.O programa mostrará ainda uma freira católica aconselhando um homem HIV positivo a não usar preservativo em relações sexuais com sua mulher porque "o vírus pode passar". O arcebispo de Nairóbi, Raphael Ndingi Nzeki, aparece dizendo que os preservativos estão ajudando a disseminar o vírus.

Por meio de um porta-voz, a OMS condenou a postura da Igreja. "Estamos enfrentando uma pandemia que já matou mais de 20 milhões de pessoas e afeta cerca de 40 milhões. Há provas suficientes de que os preservativos impedem a transmissão do HIV", declarou

Fonte: http://mixbrasil.uol.com.br/mundomix/central/031010/05.asp
# posted by Delerue @ 2:51:00 AM  ::  




segunda-feira, outubro 06, 2003


A intocável fé - Parte I

Um comportamento muito curioso que vem me chamando a atenção ultimamente é o fato das emoções serem algo completamente indiscutível. É possível passar horas num bar discutindo política, futebol, música, cinema, sexo, decisões do dia-a-dia etc. Tudo isso é completamente normal e cotidiano. Em inúmeros botecos, bares, restaurantes, cabeleireiros etc, ricos ou pobres, não importa, discussões desse tipo estão sempre acontecendo. As pessoas discutem, às vezes brigam, às vezes não, mas o fato é que raramente elas deixam de ter o mesmo tipo de relacionamento que tinham antes da discussão. Ou seja, discutir os temas citados não causa maiores danos aos relacionamentos de uma maneira geral. Se você comenta com alguém que discutiu sobre o funk com os colegas de trabalho, por exemplo, essa pessoa vai ouvir sem maiores espantos, podendo até emitir também sua própria opinião sobre o assunto.

Ao contrário, não é possível nem mesmo vislumbrar alguém comentando que discutiu o trauma de infância de um amigo ou sua crença em deus e essa pessoa não demonstrar um mínimo de indignação ao ouvir tal notícia. É perfeitamente normal discutir inúmeros assuntos, mas nunca algum que envolva qualquer tipo de emoção íntima. Discutir traumas, medos, inseguranças, crenças, fé, paixões, ódios etc; nada disso é aceito pela sociedade. E quando emoções são criticadas, é comum ouvir algo como: "nossa, que horror! você precisa ter respeito com os sentimentos e as emoções das pessoas". "Respeito" nesse caso é confundido com "não discuta, aceite", o que é uma grande bobagem.

É muito interessante também notar que as pessoas, de uma forma geral, clamam por relacionamentos onde exista uma sinceridade plena. Rodando sites de relacionamentos virtuais ou entrevistando pessoas à nossa volta, temos quase que em totalidade a seguinte afirmação: "sinceridade é um pré-requesito para qualquer relacionamento". O que seria até uma exigência coerente se não fosse pelo comportamento dessas mesmas pessoas quando vêem a sinceridade, tão exigida, invadir suas crenças, sentimentos e princípios morais. Nesse caso a sinceridade se transforma em "falta de respeito", e isso elas não querem. Resumindo: seja honesto, mas não tanto a ponto de opinar honestamente sobre os sentimentos alheios. Mas por que as coisas funcionam assim?

A resposta, apesar de simples, envolve muitas explicações. O ser humano, em sua esmagadora maioria, não consegue pensar a respeito de suas próprias emoções e sentimentos. São coisas intocáveis porque são incompreendidas. Além disso, os sentimentos e as emoções são as coisas que mais movem o ser humano em suas atitudes e, especialmente, em suas inquietações. Como discutir um assunto que não conhecemos? Pior ainda quando esse assunto nos envolve, nos move, nos é. Não é uma tarefa simples. Vivemos a vida inteira seguindo princípios sem jamais nos questionarmos; sem um simples e sincero "por quê?" antes de agir.

Continua...
# posted by Delerue @ 1:45:00 AM  ::