Nos bastidores da fé

Blog de crítica ao teísmo, em defesa do racionalismo e da ciência. Pretende abordar assuntos sob o tema "deus" e suas idiossincrasias.


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quarta-feira, dezembro 17, 2003


Dando continuidade às críticas ao Espiritismo, aqui vai um texto escrito pelo amigo Leonardo Vasconcelos que vai refutando algumas passagens de O Livro dos Espíritos.

4. Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
“Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a
causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.”

– Se tudo precisa de uma causa, Deus também precisa de uma causa. Se deus não precisa de uma causa, o universo também não precisa necessariamente de uma causa.

5. Que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que todos os homens trazem
em si, da existência de Deus?
“A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma
base? É ainda uma conseqüência do princípio - não há efeito sem causa.”

– Afirmação falaciosa. Não se pode provar que trazem dentro de si tal sentimento. Além do que, a conceitualização de Deus diverge de pessoa para pessoa. Mesmo com a alegação de que Deus é um só, a idealização do divino é quase tão diversa como são diversas as pessoas, afirmar que todas elas nutrem um “sentimento” pelo mesmo Deus é uma conclusão forçada.

6. O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não poderia ser fruto da
educação, resultado de idéias adquiridas?
“Se assim fosse, por que existiria nos vossos selvagens esse sentimento?”

– Além de preconceituosa é muito reducionista. O mito é a primeira forma do homem tentar explicar a natureza. Quanto mais o homem se descobre cientificamente, de menos mitos ele precisa. Deus é mais um mito esperando para ser descartado, embora muitos já o descartaram.

7. Poder-se-ia achar nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da
formação das coisas?
“Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É indispensável sempre uma
causa primária.”

- Não se pode afirmar que a propriedade da matéria é um efeito. Se considerarmos que a matéria sempre existiu, suas propriedades também sempre existiram.

8. Que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação primária a uma
combinação fortuita da matéria, ou, por outra, ao acaso?
“Outro absurdo! Que homem de bom-senso pode considerar o acaso um ser
inteligente? E, demais, que é o acaso? Nada.”

– Um erro comum é não distinguir acaso puro de caos. No acaso puro todas as vias são equiprováveis, já no caos existem vias potencialmente mais prováveis que outras. É como jogar dados viciados. No universo temos n dados viciados (forças gravitacionais, eletromagnéticas, interações fortes e fracas, forças interatômicas, quiralidade, etc). Além do mais a complexidade é cumulativa, as coisas não se associam de uma ora para outra com a finalidade de um determinado resultado.

9. Em que é que, na causa primária, se revela uma inteligência suprema e superior
a todas as inteligências?
“Tendes um provérbio que diz: Pela obra se reconhece o autor. Pois bem! Vede a
obra e procurai o autor. O orgulho é que gera a incredulidade. O homem orgulhoso nada
admite acima de si. Por isso é que ele se denomina a si mesmo de espírito forte. Pobre ser,
que um sopro de Deus pode abater!”

– Uma obra perfeita permanece imutável, visto que nada há de se alterar numa obra perfeita, porém o universo vive em constante transformação; galáxias colidem, estrelas viram buracos-negros ou supernovas, planetas mudam seus eixos gravitacionais, ... E ainda, se considerarmos o homem uma obra de Deus e ao mesmo tempo considerarmos a humanidade imperfeita, pela análise “autor pela obra”, Deus é imperfeito.

10. Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?
“Não; falta-lhe para isso o sentido.”

– Como fazer uma análise qualificativa de algo que não se pode compreender? Se Deus é ininteligível, determinar que ele tenha este ou aquele atributo é incoerente.
# posted by Delerue @ 2:29:00 AM  ::  




terça-feira, dezembro 16, 2003


# posted by Delerue @ 12:38:00 AM  ::  




segunda-feira, dezembro 15, 2003


Placebo e religião

A cura de alguma doença muitas vezes é usada como artifício para atestar a autenticidade de uma crença. Esquece-se porém que existem episódios de curas “milagrosas” em várias denominações esotérico-religiosas. Reiki, cirurgias e passes mediúnicos, Santos Católicos, magia e curandeirismos em geral, Florais de Bach, etc..., a tudo isso são creditadas melhoras de saúde impressionantes, se a cura autentica uma crença, o mesmo deve acontecer com todos os outros credos.

O que há de comum em todas essas curas? A resposta vem no que a medicina chama de Efeito Placebo. Placebo é qualquer tratamento inócuo. Quando se obtém resultados positivos de uma terapia inócua, a esse efeito damos o nome de Efeito Placebo.

Acreditar na cura demonstrou-se de grande importância para a mesma. Um estudo na Universidade do Texas com cirurgias placebo de ortoartrite no joelho, ou seja, o joelho era aberto, mas não era tratado, revelou que tanto os pacientes que fizeram a cirurgia completa como a cirurgia placebo tiveram o mesmo grau de melhora. Um outro estudo com o medicamento Propécia, usado para tratar a calvície, mostrou que 40% dos que tomaram o placebo, estabilizaram ou aumentaram o número de fios. Em um teste de eficiência da cirurgia de ligação de uma artéria no tórax na angina de peito (dor provocada por isquemia cardíaca crônica), os pacientes da cirurgia falsa tiveram 80% de melhora e os da verdadeira 40%.

O efeito placebo tanto pode ser positivo como negativo (Nocebo), além de poder anular ou inverter os efeitos do agente externo. É o caso constatado numa pesquisa japonesa realizada em 1962, onde participaram 13 pessoas alérgicas a hera venenosa. Elas foram vendadas e os pesquisadores passaram uma planta inofensiva em seus braços, porém disseram que era a hera. Doze dos treze apresentaram reação alérgica. Depois fizeram o contrário passaram a hera e disseram que era a planta inofensiva. Somente dois apresentaram sintomas de alergia. Exemplo similar ocorreu nos EUA, a experiência envolveu mulheres grávidas com náuseas e vômitos regulares. O pesquisador Stewart Wolf deu a elas xarope de ipecacuanha, conhecida pela sua alta toxidade deveria aumentar os sintomas. Não foi o que aconteceu, ao dizer às mulheres que se tratava de um poderoso remédio contra enjôo, a maior parte delas reagiu positivamente à substância.

No Haiti, onde o vudu é bem difundido, quando um feiticeiro dessa religião diz a uma pessoa que ela morrerá em breve, isso freqüentemente acontece. Os enfeitiçados acreditam tão fielmente que ficarão doentes e morrerão que, por Efeito Nocebo, acabam tendo realmente este destino.

Um caso intrigante de nocebo-placebo é o do senhor Wright, um americano com câncer que apresentava grandes tumores e respirava com ajuda de tubos de oxigênio. Doente terminal, focou todas as suas expectativas nas experiências com uma droga chamada krebiozen, incluindo-se como voluntário para os testes. Pouco tempo depois das primeiras aplicações, Wright se recuperou. Porém quando os jornais divulgaram pesquisas questionando a eficiência da droga, não tardou para Wright voltar a desenvolver a doença. Percebendo o efeito placebo, seu médico lhe disse ter uma versão mais potente da droga e aplicou o tratamento inócuo, ele melhorou e recebeu nova alta. Só que a Associação Médica Americana divulgou para a imprensa que a droga não funcionava. Wright teve uma nova recaída e morreu.

Portanto é uma precipitação dizer que uma crença é autêntica porque curou este ou aquele indivíduo.

Leonardo Vasconcelos
# posted by Delerue @ 4:35:00 PM  ::  




terça-feira, dezembro 09, 2003


Algumas tiradas do Res Cogitans baseadas em diálogos comuns entre ateus e teístas.

teísta: Você é ateu? Mas você é tão inteligente...
ateísta: É justamente por eu ser inteligente que sou ateu.

teísta: Jesus te ama...
ateísta: A recípocra não é verdadeira / Desculpe-me, mas sou hetero / Já tenho namorado / Vivemos num país país livre

teísta: Você não acha o universo complexo demais para não ter sido criado?
ateísta: Na verdade eu acho o universo complexo demais para ter saído de uma mente.

teísta: Você não acredita em Deus(es), [espíritos, bruxas, ETs...]?
ateísta: Não, são muito mentirosos.

teísta: Jesus está vindo.
ateísta: Estão falando isso há dois mil anos.

teísta: Então como você explica o surgimento do universo.
ateísta: O fato de eu não ter explicação não quer dizer que eu aceite qualquer uma.

teísta: Como você consegue viver sem Deus?
ateísta: Da mesma forma que você; até onde eu sei ele não existe.

teísta: Jesus morreu pelos seus pecados
ateísta: Mas eu nem era nascido quando ele morreu! / Ótimo, então deixa eu pecar mais um pouquinho.

teísta: Você precisa de Deus no coração.
ateísta: Eu uso marcapasso. / Você é cardiologista?

teísta: Se não existisse Deus, matar, roubar, estuprar... tudo seria permitido.
ateísta: E o que exatamente ele está impedindo?

teísta: Meu Deus existe e é um deus vivo.
ateísta: Falavam a mesma coisa de Resheph, Baal, Anath, Astrarte, Ashtoreth, Hadad, Nebo, Dagon, Melek, Yau, Ahijah, Amon-Ra, Ísis, Osíris, Ptah, Molech...
# posted by Delerue @ 1:54:00 PM  ::  




quarta-feira, dezembro 03, 2003


Um (quase) off-topic irresistível

# posted by Delerue @ 2:52:00 PM  ::  




Hoje é dia de uma simples, porém extremamente assustadora, passagem da Bíblia. O livro sagrado de inúmeras religiões, incluindo a esmagadora maioria das ocidentais, é algo tão incoerente, mas tão contraditório, que às vezes é preciso pegar um exemplar de verdade nas mãos para certificar-se de que tal versículo realmente saiu da obra mais vendida e (dita) mais lida da história da humanidade.

Eis então um dos versículos mais reveladores e destruidores do alicerce da maioria das religiões; das cristãs (passando pelo catolicismo, espiritismo, bastimo etc) até o judaísmo. Com vocês, a infinita bondade de deus:

Isaías 45:7
Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas.


Amém.
# posted by Delerue @ 2:19:00 AM  ::  




terça-feira, dezembro 02, 2003


A Criação de deus

O Homem criou deus à sua imagem e semelhança, com suas características e seus desejos. O homem não é onipotente nem onisciente, mas esse é o seu desejo. E, no final da análise, se vê que seu deus também não o é.

O ONIPOTENTE SE CANSA:
"Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou" (Êxodo, 240: 11);

IRRITA-SE GRAVEMENTE POR POUCA COISA:
"... disse Moisés a Arão, e a seus filhos Eleazar e Itamar: Não descubrais as vossas cabeças, nem rasgueis as vossas vestes, para que não morrais, nem venha a ira sobre toda a congregação; mas vossos irmãos, toda a casa de Israel, lamentem este incêndio que o Senhor acendeu." (Levíticos, 10:6).

ARREPENDE-SE DO QUE FEZ E SE ENTRISTECE, PELO RESULTADO INDESEJADO:
"Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração" (Gênesis, 6:6); "E o Senhor se arrependeu de haver posto a Saul rei sobre Israel" (I Samuel, 15:35);

TAMBÉM SE ARREPENDE DO QUE DISSE:
"Então o Senhor se arrependeu do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo" (Êxodo, 32:14);

PRECISOU DESTRUIR BONS E MAUS E OS INOCENTES IRRACIONAIS, POR CAUSA DA MALDADE HUMANA:
"Então disse Deus a Noé: O fim de toda carne é chegado perante mim; porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os destruirei juntamente com a terra" (Gênesis, 6: 13);

É EGOÍSTA, NÃO ADMITE CONCORRENTES:
"Não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo, 20: 3).

O QUE É PIOR, VINGA-SE DOS PAIS NOS FILHOS:
"porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam" (Êxodo, 20: 5).

Ao narrar os feitos de seu deus, o homem se esqueceu de que quem se engana fazendo e dizendo algo do que se arrepende não é onisciente, e quem não consegue eliminar todos os maus sem atingir os bons e os irracionais não é onipotente. Assim, o homem criou deus com suas características e desejos, inclusive suas falhas.

Fonte: http://www.oencosto.cjb.net

# posted by Delerue @ 12:24:00 AM  ::  




segunda-feira, dezembro 01, 2003


Atendendo a pedidos, aqui vai um post exclusivamente sobre o espiritismo.

Algumas curiosidades sobre o espiritismo kardecista

1. Em "O Livro Dos Espíritos" (LE), no item 222, afirma-se que a antiguidade da idéia da reencarnação seria uma prova de sua veracidade. Isto é um tipo de falácia (raciocínio equivocado) conhecido como "argumentum ad antiquitatem", que consiste em afirmar que algo é verdadeiro por ser antigo ou "porque sempre foi assim".

2. Em "Catecismo Espírita", Léon Denis, num capítulo dedicado à astronomia, afirma que o planeta Urano tem quatro luas, Saturno oito e Júpiter quatro. Afirma ainda que este último é "favorecido com uma primavera constante". Hoje, sabe-se que Urano tem quinze luas, Saturno possui dezoito e Júpiter, com seu inverno de –130ºC, tem dezesseis. A propósito, Saturno e Júpiter são predominantemente gasosos.

3. Em "Anais do Instituto de Difusão de Cultura Espírita do Brasil", vol. IV, 1979, pg. 177, está a conclusão de um capítulo acerca do tema transplante de órgãos. Eis dois itens da conclusão:

"— Não encontramos no Espiritismo nada que justifique e aprove a fria técnica do transplante, mesmo considerando que examinada por um lado, poderia ser tida como socorro à vítima de certa deficiência orgânica. Enquanto não se levar em conta a existência do componente espiritual no ser humano, o transplante acarretará maiores desequilíbrios do que aqueles que pretende corrigir. Além do mais, a tentativa indiscriminada de prolongamento da vida a qualquer preço, é inatural. É preciso que tudo se destrua, ensinam os espíritos, para renascer e se regenerar";

"— A palavra final é, pois, que não encontramos no Espiritismo a aprovação à técnica dos transplantes, não porque não a entendamos, mas justamente porque, ainda que rudimentarmente, podemos já alcançar todas as complexidades e objeções éticas envolvidas".

4. Trecho do livro "Obras Póstumas", de Allan Kardec, 1ª parte, capítulo da "Teoria do Belo": "O negro pode ser belo para o negro, como um gato para os gatos; mas não o é no sentido absoluto, porque os seus traços grosseiros, os lábios grossos, acusam a materialidade dos seus instintos; podem perfeitamente exprimir paixões violentas, mas nunca variedades do sentimento e as modulações de um espírito elevado".

5. No Congresso Espírita Internacional de Liege (onde os presentes eram contra a teoria da reencarnação), realizado de 26 à 29 de agosto de 1923, um dos espíritas mais respeitados naquela ocasião, M. Drouville, expôs a todos os espíritas presentes os motivos pelos quais ele não cria na reencarnação: "Em geral se diz que a reencarnação é uma lei graças à qual o espírito evolui, eleva-se, expiando as faltas cometidas em existências anteriores. Agora, o que eu queria saber é o seguinte: por que o espírito teria necessidade da matéria para evoluir e elevar-se (falo do espiritismo consciente)? E sobretudo, como pode ser admitido por alguns que, não havendo recordação do passado, seja possível uma expiação? Esta última dificuldade sempre chamou a minha atenção. Se não há recordação do passado, isto é, se o EU CONSCIENTE PASSADO não existe, então o EU ATUAL, de fato, não tem relação nenhuma com o passado e, por conseguinte, não pode pagar pecados".
# posted by Delerue @ 3:19:00 AM  ::