Nos bastidores da fé

Blog de crítica ao teísmo, em defesa do racionalismo e da ciência. Pretende abordar assuntos sob o tema "deus" e suas idiossincrasias.


 : Links

 : Bloggers

Delerue
rdelerue *arroba* uol.com.br
UIN 8856836


Mente Volvente
melobyte *arroba* hotmail.com
UIN 168757379

 : Arquivos

 : Greetings


This page is powered by Blogger. Isn't yours?


annotations for your site

segunda-feira, fevereiro 23, 2004


Achei alguns dados estatísticos muito interessantes sobre as religiões no mundo. Vale a pena dar uma conferida.

http://www.infobrasil.org/mundo/status2.htm
# posted by Delerue @ 3:11:00 AM  ::  




sábado, fevereiro 21, 2004


O post de hoje é uma espécie de FAQ sobre o livre-pensamento. Sempre bom esclarecer algumas dúvidas que tanto nós livre-pensadores (ou aspirantes a) temos, quanto os que não são (e não entendem o que é) têm. Ademais, Dan Barker é um pensador do cacete.

O que é um livre-pensador?
de Dan Barker

Livre-pensador (S.m) - O que pensa livremente em matéria religiosa, só aceitando as doutrinas que se conformam com sua razão, independentemente de tradição, autoridade ou crenças. Entre os livres-pensadores incluem-se os ateus, agnósticos e racionalistas.

Ninguém pode ser um livre-pensador se exige conformidade com a bíblia, credo ou messias. Para um livre-pensador a revelação e a fé são inválidas, e a ortodoxia não é nenhuma garantia da verdade.

Como os livres-pensadores sabem o que é verdadeiro?

Clarence Darrow uma vez disse: "Eu não acredito em Deus porque eu não acredito na Mamãe Ganso."

Livres-pensadores são naturalistas. A verdade é um nível ao qual uma declaração corresponde a realidade. A realidade é limitada ao que é diretamente percebido através de nossos sentidos naturais ou indiretamente averiguado através do uso da própria razão.

A razão é uma ferramenta do pensamento crítico que limita a verdade de uma declaração de acordo com os rígidos testes do método científico. Para uma declaração ser considerada verdadeira, ela deve ser possível de ser testada (para encontrar a evidência ou provas através de repetidos experimentos que a confirmariam), refutável (só é científica uma teoria que seja refutável, ou seja, poder vir a ser desmentida e contradita em linha de princípio), parcimoniosa (deve ser a explicação mais simpes, requerendo menos suposições possíveis) e lógica (livre de contradições, sem dogmas e livre de irrelevante ataques pessoais).

Os livres-pensadores têm base para moralidade?

Não existe nenhum grande mistério para a moralidade. A maioria dos livres-pensadores usam somente muita razão e bondade. Como a autora Barbara Walder comenta: "A moralidade é simplesmente o que não causa mal aos outros. A bondade resume tudo."

A maioria dos livres-pensadores são humanistas, baseando a moralidade nas necessidades humanas, sem imaginários "absolutos cósmicos". Isso também engloba respeito por nosso planeta, incluindo os outros animais e princípios femininos de igualdade.

Dilemas de moral envolvem um conflito de valores, requerendo um uso cuidadoso da razão para contabilizar os resultados. Livres-pensadores alegam que a religião promove uma perigosa e inadequada moralidade baseada na obediência cega, ultimatos inexamináveis e recompensas celestiais de céu ou horríveis ameaças do inferno. Livres-pensadores tentam embasar suas ações em consequências reais para pessoas reais, seres humanos vivos.

Livres-pensadores vêem significado para a vida?

Livres-pensadores sabem que o significado para a vida deve originar-se na mente. Desde que o universo é desprovido de mente e o cosmos não se preocupa conosco, você deve fazer sua parte se você desejar ter um propósito de vida. Os indivíduos são livres para escolher, dentro dos limites da moralidade humanística.

Alguns livres-pensadores acham significado para a vida na compaixão humana, no progresso social, na beleza da humanidade (arte, música, literatura), alegria pessoal, prazer, alegria, amor e no avanço do conhecimento.

A complexidade da vida não requer um Criador?

A complexidade da vida requer uma explicação. A teoria da evolução de Darwin, com a acumulativa e persistente seleção natural "criando as espécies" através dos bilhões de anos, proveu a explicação. Um "Arquiteto Divino" não é a resposta porque a complexidade de tal suposta criatura estaria sujeita a um próprio exame minucioso.

Mesmos as crianças sabem perguntar: "Se Deus fez tudo, então quem fez Deus?"

Livres-pensadores reconhecem que há muito caos, feiúra e dor no universo de forma que a explicação da origem desse Criador também teria que ser explicada.

Por que os livres-pensadores são opostos à religião?

Livres-pensadores são convictos de que as reivindicações religiosas não resistem aos testes da razão. Não só não há nada a se ganhar por acreditar no irreal, como também há tudo a perder quando sacrificarmos a ferramenta indispensável, a razão, no altar de superstição.

A maioria dos livres-pensadores consideram a religião não apenas irreal, mas perigosa. Ela tem sido usada para justificar guerras, escravidão, sexismo, racismo, homofobia, mutilações, intolerância e opressão de minorias. O totalitarismo de máximas religiosas chocam-se contra o progresso.

A religião não tem feito um tremendo bem no mundo?

Muitos religiosos são boas pessoas--mas eles seriam boas pessoas de qualquer maneira.

A religião não tem o monopólio das boas ações. A modernidade social e o progresso moral têm sido realizados por mais pessoas que são livres da religião, incluindo Elizabeth Cady Stanton, Susan B. Anthony, Charles Darwin, Margaret Sanger, Albert Einstein, Andrew Carnegie, Thomas Edison, Marie Curie, H. L. Mencken, Sigmund Freud, Bertrand Russell, Luther Burbank entre muitos outros que têm enriquecido a humanidade.

A maioria das religiões resistiu constantemente ao progresso, incluindo-se a abolição da escravatura; direitos das mulheres ao voto, à escolha de métodos contraceptivos e ao aborto; desenvolvimentos médicos como o uso da anestesia; compreensão científica do heliocentrismo do sistema solar e a evolução; o princípio democrático de separação entre o estado e a igreja.

Os livres-pensadores têm alguma política de persuasão?

Não. O livre-pensamento é uma posição filosófica, não política. O livre-pensamento engloba hoje virtualmente partidários de todas facções políticas, inclusive capitalistas, liberais, socialistas, comunistas, republicanos, democratas, liberais e conservadores. Não há conexão filosófica, por exemplo, entre o ateísmo e o comunismo. Alguns livres-pensadores, como Adam Smith e Ayn Rand, foram fortes capitalistas e, enquanto isso, houveram grupos comunistas que eram profundamente religiosos, como a primitiva igreja cristã.

Livres-pensadores norte-americanos concordam em apoiar a separação entre o estado e a igreja.

O ateísmo/humanismo é uma religião?

Não. O ateísmo não é uma crença. É a "falta de crença" em deus(es). Falta de fé não requer fé. O ateísmo está realmente baseado em um compromisso com a racionalidade, sendo que dificilmente isso o qualificaria como uma religião.

Livres-pensadores aplicam o termo religião às convicções que incluem um reino sobrenatural, deidade, fé em "escritas santas" e conformidade com algum credo absoluto.

O humanismo secular não possui deus, bíblia ou salvador. Ele é baseado em princípios racionais naturais. Sendo flexível a relativístico, não é uma religião.

Por que eu deveria estar contente em ser um livre-pensador?

O livre-pensamento é racional. O livre-pensamento permite a você ter seu próprio pensamento. Uma pluralidade de pensamentos individuais, livres de restrições ortodoxas, permite que as idéias sejam testadas, descartadas ou adotadas.

Livres-pensadores não vêem motivo de orgulho em crenças baseadas numa cega manutenção de superstições antigas ou prostrações que anulam o ego humano diante de tiranos divinos conhecidos apenas através de revelações primitivas. O livre-pensamento é respeitável e verdadeiramente livre.


[Há mais um pequeno trecho, que pode ser lido no link abaixo, o qual achei dispensável para o post]

Fonte: http://www.str.com.br/Atheos/livre-pensador.htm
# posted by Delerue @ 12:54:00 PM  ::  




segunda-feira, fevereiro 16, 2004


O post de hoje será bem frio e indireto. Trata-se do inacreditável: uma espécie de relato-crítica que ultrapassa em muito o mínimo de bom senso imaginável. O infeliz (que deus o tenha...), simplesmente esqueceu da existência da fome, guerra, doença, desastres naturais etc, etc. Realmente não possuo argumentos para o que vocês estão prestes a ler. Mas fiquem à vontade para mandar e-mails.

Cá está: http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?Id=826
# posted by Delerue @ 11:42:00 PM  ::  




sábado, fevereiro 14, 2004


O blog foi abandonado por um looongo tempo. Peço desculpas, mas é que realmente ando sem tempo (trabalho novo e tal), além de andar muito pouco inspirado. Ainda falta terminar a seção "Porque sou ateu" (quase infinita...) e o artigo "A intocável fé" (que tenho muito carinho). Bom, hoje vou deixar aqui uma entrevista bem interessante com o Robert Todd Carroll, criador do site The Skeptic's Dictionary (que tem também uma versão em português, o Dicionário do Cético, e foi publicado em livro nos EUA). Fonte de consulta constante contra afirmações sobre milagres religiosos, fenômenos paranormais, práticas pseudocientíficas, e outras manifestações sem qualquer resquício de evidência.


Burburinho - Qual a sua definição de ceticismo? Que tipo de cético você é?

Robert - Ceticismo é uma atitude, não um conjunto de crenças. É a atitude do pensador crítico, que não aceita afirmações somente com base em autoridade, intuição, testemunho, etc, mas exige evidência de algum grau de probabilidade antes de concordar com qualquer proposição. Esta atitude está especialmente presente em relação a afirmações de fenômenos sobrenaturais e paranormais, mas não é limitada a isso. Até afirmações científicas devem ser tratadas com atitute cética.

Burburinho - Como o site The Skeptic's Dictionary se transformou em livro?

Robert - Ted Weinstein, um agente literário de San Francisco, me contatou com a sugestão de fazer o livro. Ele me deu algumas orientações para criar uma proposta e depois apresentou a proposta a várias editoras. Tivemos várias ofertas, mas selecionamos a do John Wiley por sua reputação no campo da publicação científica e porque queríamos fazer um livro de preço razoável.

Burburinho - Qual a ligação entre The Skeptic's Dictionary e seu outro livro, Becoming a Critical Thinker?

Robert - Becoming a Critical Thinker é um livro didático para os cursos de introdução à lógica e pensamento crítico. É bem amplo e cobre coisas como linguagem e pensamento crítico, mídia e outras fontes de informação, falácias de raciocínio, argumentos indutivos e dedutivos. Em alguns pontos os dois livros têm congruências, mas The Skeptic's Dictionary entra em mais detalhes sobre pseudociência, por exemplo.

Burburinho - Quantas pessoas estão envolvidas no projeto The Skeptic's Dictionary?

Robert - De certa forma, sou só eu, mas por outro lado existem muitas pessoas envolvidas. Já tive cerca de dez tradutores voluntários que passaram partes do site ou o site inteiro para oito idiomas. Recebo dicas, conselhos e comentários de centenas de pessoas. E tenho recebido assistência editorial de várias pessoas. Mas não tenho uma equipe. Ninguém trabalha para mim e faço todos os textos, tomo todas as decisões, e assim por diante.

Burburinho - Que tipo de retorno você recebe? Qual a relação entre mensagens de apoio e de repúdio?

Robert - Nunca fiz as contas, mas acredito que a relação é de uma mensagem de repúdio para cada cem mensagens de apoio.

Burburinho - Qual o seu artigo preferido no Skeptic's Dictionary? Por quê?

Robert - Essa é uma pergunta muito interessante. Nunca tinha pensado nisso. Não tenho um favorito, mas um grupo de artigos dos quais me orgulho particularmente porque juntos explicam onde as pessoas erram ao pensar sobre coisas estranhas: hipóteses ad hoc, leitura fria, reforço comunitário, desvio para a confirmação, navalha de Occam, efeito placebo, post hoc, falácia regressiva, pensamento seletivo, interpretação subjetiva, testemunhos e wishful thinking.

Burburinho - Como você explicaria o fluxo incessante de afirmações sobre o sobrenatural, o paranormal e o pseudocientífico, apesar da ausência de provas?

Robert - Não há uma única explicação, mas o conjunto de artigos que citei pode ajudar a explicar a popularidade dessas afirmações.

Burburinho - Que tipo de afirmações sem provas o incomoda mais? Por quê?

Robert - Acho que é a turma new age e suas bobagens sobre "energia", especialmente sua insistência que a física quântica validaria suas crenças em medicina energética. O que eles dizem não faz sentido e mesmo assim demonstram confiança em suas bobagens. Muito irritante.

Burburinho - Quem está vencendo a corrida, a fé ou o raciocínio crítico?

Robert - A fé.

Burburinho - Quem são seus gurus do ceticismo?

Robert - Martin Gardner, Carl Sagan, James Randi, Michael Shermer, Paul Kurtz, Ray Hyman, Joe Nickell, Susan Blackmore, e alguns outros.

Burburinho - Por que é importante ser cético?

Robert - Para mim, isso é como perguntar por que é importante ser racional ou ser um pensador crítico. A resposta é simples: o cético tem melhor chance de acertar, de chegar o mais perto posível da verdade. Todos os métodos humanos de investigação estão sujeitos à cilada do auto-engano, mas o ceticismo é o menos provável de se deixar arruinar por essa tendência tão humana. Fé cega, seguir gurus, usar intuição, seguir um credo ou um livro dogmaticamente, e outros desses métodos, têm se mostrado muito mais suscetíveis ao auto-engano e ao erro que os caminhos da ciência e do ceticismo. Nenhum método é perfeito, mas o ceticismo é o melhor dos métodos imperfeitos que temos.


Mais informações no site original ou na versão em português.
# posted by Delerue @ 11:30:00 PM  ::