Resolvi fazer algumas pequenas alterações no texto "Porque desconfio dos agnósticos", agora entitulado "O precário discurso agnóstico". As duas principais mudanças foram a exclusão da idéia de que todo ateu disfarçado de agnóstico é covarde e a inclusão do seguinte parágrafo:
O contra-argumento da chuva
Alguns ainda apresentam um contra-argumento com a seguinte pergunta: Você acredita que vai chover hoje? Desta forma, parece ficar implícito que a melhor resposta não é sim ou não, mas não sei. Apesar de comparar uma suposta entidade com um acontecimento, o argumento tenta evidenciar que existe um meio termo entre crer e descrer, baseado especialmente no bom senso. O que ocorre aqui é uma inversão. Na verdade, se há falta de bom senso, ela se encontra na formulação da questão, o que automaticamente pode tornar as respostas igualmente estranhas. Tal argumento parece querer confundir o interlocutor com uma outra questão, mais pertinente dentro de tal contexto, que seria: Você acha que (ou sabe se) vai chover hoje? Apesar de sutil, a diferença é que aqui cabe perfeitamente a resposta não sei. Ao contrário, na pergunta inicial não há espaço para tal resposta, pois ela questiona apenas a crença, o que exige como resposta ou creio ou não creio, e só. Qualquer outra resposta foge do escopo da questão.
E por que a questão "crê em deus?" é mais pertinente do que "crê que vai chover hoje?"? Na verdade, não é. O ponto é que cada pergunta oferece um determinado universo de respostas, e fugir disso, ao que tudo indica, é um comportamento insano. Seria como perguntar a alguém se prefere o vermelho ao azul, e essa pessoa responder que prefere o amarelo.
Mas o que responder então quando alguém perguntar "você crê que vai chover hoje?"? Temos as seguintes possibilidades:
1 - você não sabe se vai chover ou sabe que não vai chover, o que lhe obriga a responder não creio;
2 - você sabe ou tem fé que vai chover, lhe obrigando então a responder creio;
Sendo assim, fica claro perceber que ocorre o mesmo com a questão "crê em deus?", refutando, portanto, o contra-argumento da chuva.
Mais um bom motivo para se manter longe das igrejas.
Ar das igrejas pode fazer mal à saúde, diz estudo
da BBC Brasil
O ar que há dentro das igrejas poderia fazer mais mal à saúde que aquele à beira de uma rua movimentada, segundo uma nova pesquisa.
Cientistas holandeses afirmaram que o ar nas igrejas tem mais hidrocarbonetos policíclicos, que podem causar câncer, que o ar respirado em ruas em que passam 45 mil carros por dia.
O nível de pequenas partículas poluentes sólidas (PM10) nas igrejas estudadas é 20 vezes maior que o permitido pelas regulamentações européias.
Vaticano abre "arquivos secretos" sobre a Inquisição DAVID WILLEY da BBC Brasil
O Vaticano decidiu abrir mais um de seus arquivos referentes à Inquisição, os tribunais civis e religiosos que tentaram exercer controle sobre as crenças religiosas na Europa.
Um porta-voz do Vaticano disse que o novo projeto vai ajudar a elucidar o controle de idéias religiosas na Europa medieval e moderna.
Documentos sobre a Inquisição, guardados em arquivos privados e estatais, vão ser catalogados, comparados e disponibilizados para acadêmicos de todo o mundo.
Há quatro anos, o papa João Paulo 2º pediu perdão pelas injustiças, torturas e execuções cometidas em nome da Inquisição.
Atualmente
Não é comum para o Vaticano se engajar em projetos que possam macular a história da igreja.
Desta vez, a igreja espera que as informações reveladas contribuam para ajudar acadêmicos e trazer luz a um dos períodos mais controversos de seu passado.
Tribunais da Inquisição na Itália e na Espanha investigaram alegações de heresia e bruxaria, sentenciando cerca de 50 mil pessoas à morte na fogueira.
Os tribunais inquistórios foram criados pelo então papa no século 13, atingiram o auge de seu poder durante a Reforma protestante, no século 16, e sobreviveram como um departamento do Vaticano até o início do século 20.
Atualmente, o órgão se chama Congregação para a Doutrina da Fé. O departamento ainda investiga alegações de heresia, sob o comando do cardeal alemão Josef Ratzinger, um dos mais próximos conselheiros do papa.